domingo, 31 de julho de 2016

Violino do TITANIC encontrado no Exército de Salvação.


Violino do TITANIC encontrado no Exército de Salvação. 

Desde que fui editor do "Brado de Guerra - contra todo o mal (The War Cry) nos anos 80 e 90 em São Paulo, observo muito os atuais "Brados" de diversos países quando me chegam às mãos. Por exemplo, quando este último número do Sotahuuto, nome em finlandês, nos chegou, fui um pouco crítico, pensando: "Que capa mais sem imaginação, enfocando um de nossosKirpputori (mercado de pulgas, literalmente)!" 

Já dirigimos um deles na cidade finlandesa-sueca de Vaasa/Vasa e na ocasião ouvimos o comentário de uma freguesa: "Lojas deste tipo não podem, como lojas normais, ser muito arrumadas - o grande atrativo é fazer achados no meio de tantas coisas à venda!" (geralmente muito baratas!)



Minha mulher gosta de "dar uma espiadinha" nas lojas de segunda-mão que existem na nossa cidade, do Exército de Salvação ou outras. Tradição escandinava (também em muitos países da Europa ou da América do Norte), muitas pessoas - de todas as classes sociais - visitam essas lojas à procura de coisas interessantes, não só em roupas usadas. 
Um dia ela trouxe esta garrafa em feitio de violino, que comprou por 0.10 centavos de euro. Certamente continha licor antes de ser doada vazia, uma vez que o ES é contra o álcool. 


A bela garrafa está na estante do nosso quarto, aquela que tem de tudo um pouco parecendo uma "estante-mercado-de-pulgas", do meu lado de nossa cama, quando morávamos no apartamento anterior a este atual, que compramos.


Leiloado esta semana por uma fortuna, o violino que pertenceu ao músico do navio TITANIC também veio de um "Mercado de Pulgas" (Fleemarket) do The Salvation Army na Inglaterra.



O violino que foi tocado para acalmar os passageiros durante o naufrágio do Titanic foi leiloado neste sábado por 900 mil libras (1 milhão de euros), após meros dez minutos de leilão na Grã-Bretanha.

O instrumento foi tocado pelo músico que liderava a banda do navio, Wallace Hartley - que morreu junto com outros 1.517 passageiros na tragédia de 1912.

Acredita-se que o comprador seja um britânico.

A peça é o item "mais raro e icônico" entre as recordações do Titanic, disse o leiloeiro Alan Aldridge.

Também foram leiloadas outras lembranças do naufrágio, como fotos, jornais da época e peças de cerâmica, por preços a partir de R$ 35.

Autenticidade

O violino fora construído na Alemanha e presenteado a Wallace Hartley por sua noiva, Maria Robinson.

Sua autenticidade foi decretada em março deste ano, após anos de análises de especialistas (que disseram que a peça ainda contém vestígios de água salgada do naufrágio).

Mas há quem duvide da autenticidade do instrumento, alegando que ele não teria sobrevivido a um desastre dessas proporções.

A justificativa é de que a peça foi encontrada dentro de capa de couro e presa ao corpo de Hartley. No diário de Maria Robinson há uma menção ao fato de o instrumento ter sido devolvido a ela.

Após sua morte, em 1939, o violino foi dado ao Exército de Salvação e depois se tornou propriedade de uma família - que permanece anônima e decidiu leiloar o item. 
Hartley, por sua vez, se tornou parte da história do Titanic por sua banda ter continuado a tocar mesmo enquanto o navio afundava. (News)

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Em um desses outonos, um violino que temos no Corpo salvacionista local decorou com folhas a plataforma.


O mesmo violino, não mais utilizado, enfeita uma janela com um menorah (igrejas neste país muitas vezes têm até bandeiras de Israel, como demonstração do amor que os cristãos finlandeses têm pelos judeus).



Um dos grandes filmes apreciados por nossa família em outros tempos era o "Um Violinista no Telhado" (Fiddler on the Roof), a respeito do qual convido o leitor a ver o link abaixo.


Um menino judeu tocando seu violino, quem sabe, no Gueto de Varsóvia, cujo levante este ano comemorou os seus 70 anos.

Li com interesse em "Seleções" que muitos meninos-prodígios do violino são judeus. Um dos maiores violinistas do mundo, o judeu Isaac Stern, explica: "Na última metade do século dezenove e no início do século vinte, na Rússia e na Europa Oriental havia severa perseguição aos judeus. Como era-lhes proibido expandir-se no campo profissional e não em palcos de concertos, eram considerados artistas livres e gozavam da proteção direta do czar. Os judeus não tinham liberdade para deslocar-se dentro da Rússia e, em consequência disso, todas as mães judias passaram a colocar um violino sob o queixo de seus filhos mal estes tinham robustez para aguentar o instrumento. O sonho de qualquer família judia era ter um filho no conservatório, o que significava passaporte para o mundo livre."


Muitas vezes enquanto estou no laptop assisto ao canal francês MEZZO, com programas durante 24 horas principalmente de música clássica, um espetáculo dentro de nossa sala! Acontece muitas vezes de, enquanto estou digitando, parar para apreciar orquestas de muitos países bem como recitais de exímios pianistas ou violinistas.


Um violoncelo, da família do violino, esculpido em madeira, beleza pura!

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"... louvai-o com instrumentos de cordas..."(Salmo 150:4)


Muitas igrejas evangélicas do Brasil ou do exterior utilizam o violino para louvar ao Senhor! Lindo ver a senhora de 75 anos tocando violino ao lado de uma menina de 10 anos!

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Não faz muito tempo, vi algo pela primeira vez e achei bonito:

No enterro de um jovem cristão, enquanto o corpo era levado da capela do cemitério até a sepultura, uma jovem ia tocando violino atrás do caixão durante todo o trajeto.

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No mesmo contexto, o link com o meu blog2...



Por trás do conhecido hino "Mais junto, ó Deus, a Ti" há tanto uma história de tragédia pessoal quanto nacional. Tem sido associado com o naufrágio do transatlântico Titanic, que em 1912 chocou-se com um iceberg a 1.600 milhas de Nova York, durante a sua viagem inaugural desde a Inglaterra. Somente 600 pessoas sobreviveram nos poucos botes salva-vidas do transatlântico, e muitos dentro desses botes, nos momentos finais do Titanic, ouviram a banda do navio tocar "Mais junto, ó Deus, a ti" enquanto passageiros que não puderam escapar cantavam o hino que foi escrito para o conforto pessoal de uma mulher.

Sarah Flower Adams, autora do hino, nasceu na Inglaterra em 1805. Sua mãe morreu quando a menina tinha somente 5 anos. O sonho de Sarah era tornar-se atriz, e começou uma carreira cheia de sucesso nos palcos de Londres, representando Lady Macbeth de Shakespeare.
Sua saúde precária, no entanto, forçou-a a abandonar a carreira artística, transferindo seu talento para escrever. Com a saúde cada vez mais frágil, Sarah morreu aos quarenta e três anos.

As palavras do hino que escreveu foram inspiradas no texto bíblico de Gênesis 28:11-17, a história de Jacó que, em meio à sua grande tristeza, sonhou com uma escada que alcançava o céu. A mensagem do conhecido hino lembra-nos a sua experiência, simbolizando também a peregrinação do cristão que, em meio a trevas e dificuldades, pode pela fé achegar-se mais junto a Deus.

O hino era o favorito do presidente americano, William McKinley, que foi assassinado no seu escritório. Enquanto agonizava, diz-se que sussurrou suas confortantes palavras. Em 19 de setembro de 1901, toda a nação americana parou e os cidadãos cantaram seu hino preferido, "Mais junto, ó Deus, a Ti".

Fonte: Songs of the Night

Texto e foto do meu blog2

www.paulofranke-historiasdoshinos.blogspot.com


L i n k s


Violino, sua origem e seu desenvolvimento.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Violino

Postagem "O violinista do Telhado"/ Fiddler on the Roof




Abertura: "O violinista no Telhado"

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Quando visitei Auschwitz-Birkenau...


Quando visitei Auschwitz-Birkenau


A visita do Papa a Auschwitz-Birkenau fez-me lembrar da que fiz àquele campo de concentração na Cracóvia, sul da Polônia, o primeiro dos quatro que visitei. Os outros foram: Bergen-Belsen, na Alemanha, e  Treblinka e Sobibor, ambos na Polônia, todas as visitas documentadas no meu blog.


Campo de Concentração de Auschwitz-Birkenau-Polônia, primavera de 2001.



Diante da entrada do Campo de Concentração de Birkenau, hoje, por exigência do povo polonês, Auschwitz-Birkenau. Campo de concentração e de Extermínio Nazi-Alemão. Libertos mas desorientados, perguntaram: "Para onde iremos?" E a resposta seca do soldado foi: "Olhem para o norte, para o sul, para o leste epara o oeste: em qualquer lugar não quererão vocês!" Então, esqueléticos mas com uma chama viva em seu olhar, contemplam uma colina onde uma multidão de sobreviventes na mesma situação canta: "Yerushalayin Shel Zahav Ve-Shel NechoshetVe-Shel Or", que quer dizer "Jerusalém de ouro, de luz e de bronze, sou o violino para todas as tuas cancões". Sim, em Jerusalém eles seriam estabelecidos, cumprindo-se profecias milenares. E assim eu assistia emocionado as últimas cenas do filme "A Lista de Schindler", de Steven Spilberg, que conquistou 8 Oscars na Academia de cinema, tornando-se o mais famoso de todos os filmes do tema Holocausto, a respeito do qual tantos livros lera.



Vivendo na Finlândia desde 1999, quando planejei minhas férias, incluí uma visita à Polônia, precisamente ao campo de concentracão de Auschwitz-Birkenau, chamado de o maior cemitério do mundo e memorial do martírio de judeus, poloneses políticos, ciganos e outras minorias perseguidas pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.


Antes de ingressarmos no local, assiste-se a um documentário de 20min. que mostra as atrocidades cometidas pelos nazistas, e muito do que vimos projetado veríamos ao vivo momentos depois através dos prédios e máquinas de morte nazistas. A duração da turnê é de 3 horas e, surpreendenetemente, há milhares de pessoas visitando o campo diariamente - inclusive grupos de Israel e mesmo da Alemanha, o país que mais colabora para a manutenção do lugar, que foi estrategicamente escolhido pelos nazistas uma vez que se situa no centro da Europa, quase a mesma distância a ser percorrida pelos trens que faziam a deportação de diversos países.





Logo à entrada do campo de Auschwitz depara o visitante com a irônica inscrição em ferro: "Arbeit macht frei" (O trabalho liberta) e visitando os diversos prédios de dois andares pode-se ver, através de gigantescas vitrinas, exposicões de malas portando ainda os nomes de seus donos, de roupas, de sapatos (uma somente de sapatos de criança), de óculos, de escovas, de cabelos (há uma amostra do tecido feito de cabelos) e, além de outras ainda, a dos chales de oração de judeus, o que me emocionou e fez-me pegar a máquina fotográfica com um nó na garganta.



A visita continuava ao campo de Birkenau, a 5km dali, cuja estrada de ferro - com seus trilhos originais - atravessa um prédio com sua torre de vigia (foto), lugar conhecido de filmes e documentários. A perderem-se de vista, a partir dali, barracões de madeira e de alvenaria com suas respectivas guaritas e cercas antes eletrificadas. Visitamos diversos e vimos as camas onde se amontoavam os prisioneiros. Muitos prédios foram preservados em ruínas, com o propósito de mostrar que foram destruídos de forma proposital antes da chegada dos russos e dos americanos para liberarem o campo.

Em dado momento fiquei para trás do meu grupo. Estava no "lugar de seleção" junto aos trilhos (foto), devidamente ilustrado com ampliacões de antigas fotos, as quais se vê em muitos lugares. Logo ao desembarcarem, um médico 
nazista examinava superficialmente a pessoa e seu dedo polegar para cima ou para baixo determinava o seu destino: os trabalhos forçados ou imediatamente para as câmaras de gas... E assim milhões de homens, mulheres e crianças foram direto para as câmaras de gas, julgando que eram conduzidas a um "banho desinfetante". 






Vimos réplicas das câmaras e também dos fornos crematórios, uma vez que os originas foram cuidadosamente destruídos para remover as evidências das atrocidades perpetradas pelos nazistas. Em volta dos prédios das câmaras de gas, para efeito de propaganda, havia um belo jardim florido. Vimos no mesmo local ruínas da casa do diretor do campo, e o local onde seus filhos brincavam como se nada estivesse acontecendo, retratados fielmente no filme de Steven Spilberg.



Finalizando a turnê, nosso guia nos conduziu a um grande monumento em memória dos mortos, no fundo do campo, mencionando que caminhávamos sobre as cinzas de milhões de pessoas. No monumento, inscricões nos principais idiomas dos prisioneiros. Fiquei feliz por não encontrar nenhuma inscrição em português ou mesmo em finlandês! Segundo contava o meu saudoso sogro, o presidente da Finlândia, tendo como pretexto Obadias, vs. 11 a 14, não entregou os seus judeus aos nazistas.




Estranhei o sentimento de paz que me inundou naquela visita, paz provinda da fé de que o Messias certamente Se revelou àquelas pessoas antes de sua morte e as recolheu para Si. Foi uma experiência e tanto, somada a tantas outras, como à visita ao Museu Anne Frank em Amsterdam, à dramatizacão que fizemos do seu Diário, tendo sido assistida por um sobrevivente de Auschwitz, e a tantos livros, reportagens, depoimentos e filmes acerca do Holocausto. Algo de que não me esqueço é a declaração de um rabino na TV: "A maior vingança contra Hitler é o fato de judeus viverem atualmente na Alemanha e terem suas sinagogas, museus, associações e monumentos. De fato, impressionei-me ao visitar Berlim ao ver uma grande placa à porta de uma estação de metrô onde eram enumerados os diversos campos de concentração nazistas e os dizeres "Não nos esqueçamos". 



Réplica da câmara de gas.

Por certo o que de mais recente li sobre o Holocausto seja isto: "Pelas cidades de toda a Europa, pequenas placas metálicas estão sendo implantadas nas calçadas diante de determinadas casas. Um artista alemão criou-as e chamou-as "pedras de tropeço". Em cada uma delas há a inscrição do nome dos antigos proprietários da casa confiscada pelos nazistas, as datas de nascimento e também as datas e locais onde morreram. Gunter Deming, o criador dessas placas, declarou: 'Podemos abrir um livro e ler a respeito dos seis milhões de judeus exterminados, juntamente com cinco milhões de outras pessoas, mas mesmo assim talvez não possamos chegar à profundidade do que ocorreu. Mas se, ao ver a placa, nos lembramos de que um homem ou uma mulher - ou mesmo uma família - que viveram naquela casa específica morreram no Holocausto, é muito diferente!'"


Deitei-me ao chão para mostrar as referidas placas diante da casa onde morava Anne Frank e sua família antes de se transferirem para o Anexo Secreto.

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"A pena de Anne Frank foi mais poderosa do que a espada de Hitler", alguém sabiamente escreveu. Outro declarou: "Os judeus foram exterminados por um homem que, por querer se adorado como deus, odiava principalmente o povo de Deus."

E, finalizando, recomendo a leitura do livro "Exodus", de Leon Uris, o qual li há precisamente 40 anos, perdurando o meu grande amor pelo povo judeu desde aquele longínquo ano de 1966.


Local das originais câmaras de gas.



O maior cemitério do mundo.
Placas em diversos idiomas.
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L I N K

"O santo e o anjo"

de Auschwitz:

(clique)

http://paulofranke.blogspot.fi/2014/08/o-santo-e-o-anjo-no-campo-de.html

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sábado, 23 de julho de 2016

O dia cinzento em que visitei TREBLINKA


Livro que adquiri no Brasil (julho 2011), ver também link abaixo.
 Imperdível para entender por alto o que se passou em Treblinka, o mais cruel dos campos de extermínio nazista.

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Com uma quase total falta de informação de como chegar ao Campo de Extermínio de Treblinka,retornei da Cracóvia à Estação Ferróviária Central de Varsóvia. Com muita dificuldade, pelas "bilheteiras" não falarem inglês, entendi que a cidade mais próxima de Treblinka era Malkinia, a 90km. Comprei o bilhete e embarquei naquela manhã ao que posso chamar de uma aventura tensa e forte. 



E pouco tempo depois eu estava fazendo a mesma rota de 900.000 judeus, 
Varsóvia-Treblinka!

Queixar-me de que me deram um compartimento de seis lugares, conhecido meu de um número sem conta de viagens de trem, com assentos confortáveis mas que não reclinam, seria de fato a última coisa! Seria muito mais do que uma indelicadeza, seria um pecado ao lembrar-me de como os judeus viajavam para a morte!! 


E naquela manhã chuvosa e escura cheguei em menos de duas horas à Malkinia. Que me lembre, esta casinha na estação foi uma das únicas coloridas que vi! Os carros estacionados também nas cores predominantes no Brasil: preta e cinza!


Ah, esqueço-me das bandeirinhas coloridas do Brasil e da Finlândia na minha mochila! E do outro lado, vagões que poderia associar aos milhares que tranportavam judeus para os campos de concentração e extermínio na Europa! 


Logo que desembarquei, um homem de idade com um sorriso no rosto, perguntou-me: "Treblinka?" Não há outro meio de condução que leve o visitante até Treblinka, a 30km dali, a não ser por carro alugado ou taxi. 


Acertamos o preço, 150 zlotes, cerca de 50 euros, na base de escrever em papéizinhos, e partimos eu e o motorista na sua moderna van Volkswagen (!!)... Por não falar inglês, a viagem foi em silêncio e alguns sorrisos... ("Do Brasil?? Ah, futebol, Pelé!") 




A estrada, que vai estreitando mais e mais, é cercada de florestas. 


Não fosse a simpatia do motorista e seu esforço sobrenatural de falar inglês, e o meu de "arranhar" o polonês, a viagem teria parecido um pesadelo.




A um certo ponto, a estrada é muito mal-conservada.




E assim chegamos ao vilarejo de Treblinka. O único sinal de vida: jovens de bicicleta voltando da escola para casa, em um sentido como um vilarejo europeu normal. 



Lugarejo sem beleza, lúgubre, misterioso e com ar sinistro... a realidade ou o que se passava na minha mente?


A um ponto, outra placa à direita que nos levaria ao exato lugar. 



À frente da placa, um estranho e feio monumento cinzento, certamente muito antigo: Campo de Extermínio de Hitler. O conhecido "(o)wski" dos nomes poloneses é o genitivo de posse, o de, o 'singlês logo após o nome. E o nome do monstro ao ser declinado ficou até cômico, se não fosse trágico:Hitlerowski!



E logo eu descia da van para adquirir o ingresso e assinar o meu nome no livro dos visitantes.




Mais alguns metros e chegávamos a um grande vão descampado e em primeiro plano os trilhos simbólicos do Campo de Extermínio de Treblinka, e logo os monumentos em pedra homenageando os 900.000 judeus que lá morreram cruelmente. 


A van com muitos lugares indica que mais passageiros são transportados ao local. No meu caso, foi uma jornada solitária, cinzenta e silenciosa...



... por entre pedras pontiagudas; as da foto cada uma representando os países de onde vieram os judeus que foram assassinados em Treblinka (a terceira da esquerda para a direita, a França). 


Treblinka esvaziou o Gueto de Varsóvia.





O monumento central. Sei que a rocha simboliza a resistência, o que é duradouro e está associada ao que deve ser eternizado... 
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... mas ao ver rostos das vítimas em pedra, pensei antes nos corações empedernidos dos alemães, uma nação altamente civilizada que seguiu um líder maléfico que, por querer ser um deus, quis aniquilar o povo de Deus! 


A inscrição - NUNCA MAIS - em diversos idiomas, é compatível com a rocha e mensagem de grande relevância! 



Cada pedra envolve tanto um significado quanto um lugar de onde vieram os judeus. 



Mesmo os caminhos são propositalmente de pedras irregulares, fazendo difícil a caminhada, o que é também significativo.



Para marcar presença, fotografei a mim próprio em Treblinka. 


E ao ver as fotos percebi a minha expressão não-ensaiada... 



Sem comentário. 



Sentindo que já bastava o tempo em que ali ficara, voltando ao taxi colhi uma plantinha com sua raíz, devidamente guardada no meu armário de souvenires, dentro da caneca esmaltada que comprei na Fábrica-Museu de Oskar Schindler. Estranho que, agora que secou completamente, tem a semelhança de arame farpado... 


(Foto: Piotr Tolwinski)


"O Senhor declarou que habitaria em nuvem espessa" (2 Crônicas 6:1). Recordo-me de um pensamento que diz: "Senhor, se as nuvens são o estrado dos Teus pés, como estás perto no dia escuro e nublado!" Creio firmemente que Deus não estava alheio, mas colheu para Si as almas dos que morreram no Holocausto. (Ver minha postagem sobre a visita ao Campo de Concentração de Auschwitz-Birkenau). O mesmo acontece nos momentos sombrios de nossa vida: Ele está mais perto do que imaginamos! 



O livro "Tell your children" (Conte aos seus filhos), do Museu do Holocausto em Estocolmo, proveu-me deste desenho de Treblinka, a fábrica da morte.



No primeiro postal, participantes da "Marcha dos que Vivem" que desde 1996 tem sido organizada anualmente no Dia da Lembrança do Holocausto(foto: S. Kordaczuk). No segundo postal, o simbólico monumento de Adam Haupt no local onde as vítimas eram queimadas (foto: Piotr Tolwinski). 



"Por amor aos judeus, aonde estes pés não me levam?"



De volta de Treblinka e chegando ao por-do-sol à Varsóvia. No dia seguinte viajei de volta para casa.

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Links

Do blog do brilhante Jaime Mendes, a quem agradeço, o comentário do livro "Eu sou o último judeu", escrito por um sobrevivente de Treblinka, cuja descrição feita por Jaime é plena de informações sobre o que foi e como funcionou o considerado mais cruel dos campos de extermínio nazistas:
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Trailer de um filme francês de 1983 sobre Treblinka -muito forte!
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